quarta-feira, fevereiro 18, 2015

quaresma [poema 42]

Quero
Arrancar as grades da minha janela
E tocar as flores,
Limpar cada pedaço de vidro
Não me cortar,
Nesta janela que me faz olhar para além
Ver que há além,
Que as flores lindas do Paraíso estão além
E eu vejo daqui,

Não toco nem as flores nem o além,
Afinal estou aqui e elas além
E entre nós há uma imensa janela
Com grades e vidros.

Desejo a todos Quaresma com esperança!

5 comentários:

Úrsula disse...

Quando o senhor padre escreveu está poesia...Lembrei de um fato muito triste na minha vida...Senti como se fosse eu. Há uns 7 anos perdi uma grande amiga. Ela tinha 15 e eu 12. Mas por ter uma conduta errada e namorar um rapaz de 20 anos acabou pegando AIDS. E ela veio a falecer muito jovem. As flores do paraiso é ela nas mãos do divino. As janelas e as grades é uma divisão. E eu fico só a observando pela janela. Daiane veio a falecer muito cedo, mas ela prometeu que irá esperar do outro lado. E eu vivo para encontrar minha irmã...E sei que mais cedo ou tarde...Vamos nos encontrar. Era uma pessoa maravilhosa. E eu a vi, definhar....Por 6 meses. E uma garota tão bonita, morreu seca igual a morte. Acompanhei seu choro e sofrimento, e no último dia. Ela despediu-se. Ela segurou meus braços fortemente abriu os olhos e morreu. Estava a visitando. E ela se foi ao meu lado. Chamei a mãe dela pelos corredores.Daiane veio a falecer por uma parada cardiaca. Seu corpo estava fraco demais, e bom ela pesava 29 quilos. Seu corpo não aceitava o coquetel e tanto rémedio. Depois de tanto sofrimento, ela descansou.
Obrigada padre, bonita poesia. Minha flor do paraiso está nas mãos de Deus.

Unknown disse...

Bem que estou precisando limpar os vidros, porque neste momento, não vejo nada de nada...

Anónimo disse...

Quando lemos o poema com o título no pensamento...

Anónimo disse...


“Poetas
Ai almas dos poetas
Não as entende ninguém,
São almas de violeta
Que são poetas também.

Andam perdidas na vida,
Como estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!

Só quem embala no peito
Dores amargas secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.

E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma para sentir
A dos poetas também!”
Florbela Espanca

Anónimo disse...

Sr. Padre, aceita esta saintpaulia ionantha? Fica feliz com terra húmida, temperatura amena e raios solares filtrados pelos vidros de uma janela.